Por Fernanda Bottoni
Não adianta você ter excelente formação e fluência em dois ou três idiomas se a sua reputação profissional online não anda lá estas coisas. Também não é suficiente cuidar dos cabelos, das unhas e dos sapatos e usar a roupa mais apropriada para uma entrevista com o futuro gestor. Se uma busca pelo seu perfil nas redes sociais revelar um ou outro deslize que comprometa a sua reputação, pode apostar que você estará colocando tudo em risco. E nem estamos falando de grandes escândalos envolvendo o seu nome! Para perder pontos num processo de seleção basta um comentário infeliz sobre uma marca, uma indireta sem graça para seu chefe ou colega ou uma comunidade dos que tiram uma soneca durante o expediente atrelada ao seu perfil.
É verdade que as empresas estão cada vez mais utilizando as redes para buscar profissionais e checar informações, comportamentos e referências, mas não é por isso que você precisa ficar paranoico e parar de postar o que está pensando ou — o que seria ainda pior — deletar o seu perfil de todas as redes. Isso, além de fazer mal para sua vida social, também reduziria muito as chances de você ser encontrado por uma empresa que esteja em busca de um profissional exatamente com o seu perfil.
Para acertar o tom dos seus comentários e ajustar seu perfil online aos sonhos profissionais, selecionamos algumas recomendações de especialistas no assunto:
1. Não pense que você está apenas entre amigos
Nas redes sociais, como em qualquer outro lugar, há pessoas cheias de más intenções. Uma dessas pessoas pode estar louca de vontade de arrumar uma forma de prejudicar a sua imagem e, se você der bobeira, ela pode não perder a oportunidade. Pense, por exemplo, no café da empresa. Você não vai sair gritando o que pensa sobre aquele colega chato porque é muito provável que pessoas não tão próximas a você escutem, certo? Para as redes sociais, vale a pena tomar o mesmo cuidado.
2. Pense no tipo de informação que você vai dar a respeito da sua vida
“As redes sociais deixaram as pessoas mais escancaradas”, afirma Ana Vaz, consultora de imagem e etiqueta pessoal e corporativa. Antes de compartilhar qualquer coisa — sobretudo em redes dirigidas à vida profissional, como o LinkedIn–, pense se não está exagerando nos detalhes. Seu chefe precisa mesmo ver aquela sua foto na praia ou saber que você teve um “almocinho no japa com os amigos”?
3. Tome cuidado com o que pode ser mal interpretado
Não há problema algum você tomar uma cerveja no final de semana, mas se você aparecer o tempo todo com um copo de bebida nas mãos pode passar a imagem de alguém que só quer se divertir ou, pior, que vive de ressaca. E aí?
4. Evite assuntos polêmicos
A boa e velha regra de não discutir religião e política, por exemplo, vale muito também para as redes sociais. Você pode, claro, ter suas convicções, mas não precisa escancarar tudo o que pensa. Lembre-se de que as pessoas podem ter opinião diferente da sua e fazer julgamentos precipitados. Se a sua opinião política for totalmente contrária à do recrutador você pode perder pontos porque, mesmo inconscientemente, ele pode simpatizar mais com outro candidato.
5. É óbvio, mas sempre bom reforçar: passe longe dos preconceitos, inclusive em piadinhas prontas de internet
Elas são em jeitinho fácil de cair numa grande roubada.
6. Rede de trabalho é rede de trabalho
O LinkedIn é a rede mais profissional de todas. Cuide do seu perfil como se ele fosse de fato o seu currículo na internet. Escolha uma foto com cara de trabalho, mantenha as informações atualizadas, seja sutil na hora de abordar alguém e não exagere na quantidade de postagens. “Tem gente que trata o LinkedIn com a mesma falta de cuidado que tem no Facebook”, alerta Ana.
7. Atualize suas informações sempre
Mariciane Gemin, diretora regional da empresa de recrutamento Asap, ressalta que, assim como no currículo, uma das informações mais importantes é descrever objetivamente projetos em que você realmente teve participação ou que tenha conduzido, mostrando os resultados. “Muitas pessoas esquecem esses exemplos reais da vida profissional, que são muito importantes para o recrutador na hora de avaliar um perfil”, explica.
8. Conecte-se a pessoas que você realmente conhece
Outra dica de Mariciane é que, em uma rede voltada ao mercado, como o LinkedIn, o número de conexões não é tão importante. “Eu diria que em 50% dos processos de recrutamento os recrutadores buscam um profissional que tenha ligação com o candidato para pedir referências”, afirma. Por isso, não faz sentido estar conectado a uma pessoa que nunca teve uma participação efetiva na sua vida profissional.
9. Transparência nas informações
Outra dica básica e essencial é ser o mais transparente possível. Se você tem inglês intermediário e colocar nível avançado no currículo pode gerar uma situação constrangedora em uma entrevista.
10. Escolha bem a hora de abordar seus defeitos
Ok, você não pode mentir, mas obviamente também não precisa sair contando todos os seus defeitos logo de cara. “Deixe isso para a hora da entrevista, em que você pode contar tudo de maneira mais suave e madura”, recomenda Ana.
11. Olha o português!
Cuidado — muito cuidado — com erros de português. Por mais inocente que seja um post, se você mandar um “agente” no lugar de “a gente”, usar “mais” no sentido de “mas” etc., pode não ter outra chance para explicar que foi só um errinho de digitação.
12. Coloque-se no lugar do outro
“O que um cliente pensaria se visse isso?” É essa a pergunta que muitos recrutadores fazem ao checar o perfil de um candidato — principalmente se a vaga em questão exige relacionamento direto com clientes. Faça essa pergunta você mesmo antes de publicar qualquer coisa.
13. Cuidado com as críticas que faz à empresa atual (e às anteriores)
Tenha cuidado com o que você posta sobre a empresa em que trabalha atualmente. Se você fala mal — inclusive citando o nome — da empresa em que trabalha ou trabalhou, um recrutador que está de olho em você vai levar isso em consideração.
14. Seja cordial
Por fim, seja gentil e educado em qualquer situação. Ninguém quer contratar uma pessoa que demonstra falta de respeito em suas relações.
fonte: www.vagas.com.br
É segunda-feira e a sua lista de tarefas para a semana já está bem robusta, com algumas coisas mais complexas que vão exigir um trabalho considerável. Mas calma aê, né? Você ainda está se recuperando da melancolia de domingo e tem vários dias pela frente para resolver tudo.
O seu eu do futuro vai certamente lidar com tudo muito melhor. Chega a noite de quinta-feira e você não fez nem um terço do que precisava fazer. Mas poxa, você trabalhou a semana inteira (enquanto não estava no Facebook), está cansado e merece um pouquinho de diversão também. Não tem problema ver uns episodiozinhos de uma série no Netflix e deixar o seu eu do futuro fazer o trabalho depois – ele vai produzir bem mais estando relaxado.
Se você é do time dos procrastinadores, esse tipo de pensamento deve ter morada certa na sua cabeça. E é justamente esse, meu caro, o porquê de você não conseguir sair dessa vida. “As pessoas assumem que devem dar conta do presente e que seu eu do futuro pode lidar com o que está por vir.
Esta regra aparentemente plausível pode desviar as pessoas, em parte porque alguns eventos futuros exigem ação atual”, explica Daphna Oyserman, professora de Psicologia e pesquisadora da Universidade do Sul da Califórnia (University of Southern California, ou USC).
Segundo ela, para que o futuro possa motivar a ação atual, ele deve parecer iminente. E isso pode acontecer com um truque simples: se pensarmos no futuro como o agora, alterando as métricas que usamos para medir o tempo.
Em uma série de experimentos, Oyserman e o co-autor Neil Lewis Jr., da Universidade de Michigan, descobriram que os participantes viam o futuro como sendo muito mais próximo quando calculavam suas metas e prazos em unidades de dias em vez de meses ou anos – e, assim, sentiam-se mais motivados para realizar seus objetivos.
No primeiro teste, 162 participantes foram convidados a imaginar a preparação para eventos futuros, como um casamento ou uma apresentação do trabalho, e em seguida foram perguntados sobre quando o tal evento iria ocorrer.
Mas eles foram aleatoriamente designados para pensar em termos de dias, meses ou anos. Resultado: aqueles que contavam o tempo usando dias informaram que o evento iria ocorrer, em média, 29,6 dias mais cedo do que aqueles que pensavam no evento como estando a meses de distância.
Uma segunda série de estudos explorou se essa noção de tempo afeta planos para começar a poupança de longo prazo. Mais de 1.100 voluntários foram perguntados sobre quando iriam começar a poupar dinheiro para a faculdade ou aposentadoria, e descobriu-se que planejavam começar a poupar quatro vezes mais cedo aqueles que pensavam no evento em termos de dias em vez de anos.
E não era só sobre o dinheiro: eles se sentiam mais ligados ao seu eu futuro e estavam mais dispostos a deixar de lado os gastos com recompensas atuais.
O fato é que, como apontam os pesquisadores – e nós bem sabemos –, tempo, recursos e atenção são limitados. Sendo assim, nós os alocamos para os eventos que são urgentes – aqueles que devem acontecer em questão de dias (ou horas, se você for procrastinador nível hard) e deixamos de lado aqueles que acontecerão meses ou anos mais tarde.
Isso é natural; o problema é que estamos sempre sendo pressionados por necessidades urgentes e é muito difícil conseguir parar para se dedicar a planos que estão mais lá para a frente – e, quando eles chegam, já estamos super atrasados.
Pensar no futuro usando métricas mais, digamos, sensíveis (meses em vez de anos, dias em vez de meses e horas em vez de dias, por exemplo), provou ser de grande ajuda para torná-lo um foco de atenção já. E isso é importante não só porque cria a impressão de urgência maior, mas porque, como diz o estudo, “dá a sensação de que o futuro e o presente estão conectados e, portanto, são harmônicos em vez de conflitantes”. Bora tentar?
O estudo foi publicado na revista Psychological Science.
Tópicos: Administração do tempo, Ambiente de trabalho
http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/estudo-descobre-truque-para-combater-a-procrastinacao