domingo, 31 de janeiro de 2010

O terceiro elemento do casamento

Antes de qualquer coisa, quero deixar bem claro que meu casamento é muito bom, que estou feliz com ele e que não estou passando qualquer crise. Estas idéias surgiram num momento muito particular, digo íntimo, de profunda meditação e limitação de não ter muita alternativa do que fazer. rss. Se é que alguém me entende...

Quando resolvemos nos casar a felicidade é tanta, que não nos atentamos para alguns detalhes. Por exemplo, este é um dos raros momentos da vida que assinamos algo sem ler. Já pensaram nisso? Se alguém já passou pela tão aliviada e não menos feliz cerimônia de separação, sim, porque esta sensação supera e muito a felicidade do casamento e nem por isso assinamos o divórcio sem ler. Muito pelo contrário, lemos mais de uma vez até... Inclusive aquelas letrinhas quase ilegíveis. Acho que é pra ter certeza que não estamos sonhando.

Depois de passado o susto, encaramos novamente o casamento e mais uma vez assinamos o papel sem ler. Até hoje eu não sei o que estava escrito lá. Alguém sabe?

Vocês podem pensar: o que o terceiro elemento tem a ver com isso? Pois bem. Primeiro vamos entender quem é o terceiro elemento. Errou quem pensou no Big Richard. Esta pessoa tem na maioria das vezes nomes simples, ou nem tanto... Silvaneide, Marcilene, Cristianeide... e assim vai... Isso mesmo. Todo casamento deveria ser entre 3 pessoas, 2 para viver a parte romântica da parada e 1 para organizar o meio de campo. Cheguei a esta conclusão depois de fugir dentro do meu apartamento das tarefas domésticas.

Já mudei de lugar pelo menos umas 5 vezes, fugindo da montanha de roupa suja no cesto... Mudei de lado no sofá e a pia insiste em aparecer no cenário onde grita: "- Venha lavar o que sujou... " E eu respondo:" - Jamais." Isso é uma heresia com o trabalho da Rosângela. Uma falta de respeito! (Você não está louco, Rosângela é a manicure) Pense... se vou estragar uma obra de arte destas. Mudei de lugar mais uma vez, agora na cadeira da sala: visão do caos. Acho que é melhor fechar os olhos e sonhar: como num musical da Sessão da Tarde, ao som de Chico Buarque .... não hoje não, quero retocar... imagino o balé da louça passando por todas as etapas e repousando, linda e sorrateira dentro do armário. Ou a ginástica ritmica da roupa suja que em saltos pula na máquina, a qual chamo carinhosamente de Jacira, lá dentro num nado sinconizado faz piruetas frenéticas e ao fim, le grand finale: num salto duplo twist carpado aterrisa no varal. Limpa e cheirosa. E neste baile todo o resto caminha para o seu lugar.

É só que, de volta ao mundo real, tudo do mesmo jeito. Ou seja, o jeito é esperar ansiosamente pela segunda-feira a espera do terceiro elemento, que fará a mágica acontecer. Não vai ficar exatamente como eu quero, mas quem importa? Não posso é correr o risco de passar mais uma vez por esta separação. Pois no lugar da pensão, vem acerto trabalhista, multa, FGTS e muita dor de cabeça para encontrar outro Terceiro Elemento. Essa é a pior parte!

[Tânia Rezende]

Frase Feita

"Não deixe que o medo do futuro e a alegria do passado estrague o seu dia de hoje... pois a vida não vale um momento... mas um momento vale uma vida."
[autor desconhecido]

Construindo minha história

Sabe, tenho escrito muito nos últimos dias. Não tenho postado por falta de tempo para transcrever os textos, mas qualquer dia posto. Assim como qualquer dia consigo terminar de diagramar meu livro de contos e poesias. Uma hora destas eu termino.
Mas hoje em especial, quero comentar um texto que recebi de meu irmão, o Gleib. Ele me mandou uma daquelas correntes... Como eu não gosto disso, na maioria das vezes elas ficam depositadas nos arquivos de meu Outlook. Porém esta foi diferente. Ela cita atitudes que adotei para minha vida há mais de 1 anos, o que fez com que eu mudasse minha rotina e a forma de encarara a vida. Vou dividi-lá com vocês neste espaço, só para compartilhar fragmentos que eu gostaria de ter escrito. Cortei aquela babozeira de que se você tem que enviar para não quantas pessoas senão a sua vida se destruirá em alguns segundos. rss Menos né gente... Bem menos!


Um certo dia, um amigo meu abriu a gaveta da mesa de cabeceira da sua esposa e apanhou um pacote embrulhado em papel de arroz.

“- Este - disse o meu amigo - não é um pacote qualquer, é uma peça íntima, uma lingerie finíssima”. Abriu o pacote, jogou fora o papel, pegou na peça, e acariciou a seda macia e a renda.
“- Ela comprou esta lingerie a primeira vez que estivemos em New Yorque..., uns 8 ou 9 anos atrás. Nunca a usou. Estava esperando o momento certo, a ocasião especial para poder usá-la. Bom, acho que a hora chegou.” Aproximou-se da cama e colocou a lingerie perto de outros objetos que levaria para o cemitério. A sua esposa havia morrido de repente.

O meu amigo olhou para mim e disse:

Nunca guardes nada à espera de uma ocasião especial, cada dia que vivemos, é uma ocasião especial”.

Ainda estou pensando nas palavras que ele me disse e como mudaram a minha vida.
Agora leio mais, e dedico menos tempo à limpeza da casa. Sento-me na varanda e admiro a paisagem, sem reparar se o jardim tem ou não ervas daninhas.

Passo mais tempo em companhia da minha família e dos meus amigos, e bem menos tempo trabalhando para os outros.
Dei-me conta que a vida é um conjunto de experiências para serem apreciadas e não sobrevividas. Agora já não guardo quase nada. Uso os copos de cristal todos os dias. Visto roupas novas para ir fazer compras no supermercado, se estiver com vontade de vesti-las. Não guardo o melhor frasco de perfume para as festas especiais, mas uso quando quero sentir a sua fragrância. As frases “um dia...” e “um dia destes...”, estão desaparecendo do meu vocabulário, se vale a pena ver e ouvir é agora.

Não sei o que a esposa do meu amigo teria feito, se soubesse que não haveria amanhã, o mesmo “amanhã” que todos nós levamos tão pouco a sério. Se ela soubesse, talvez poderia ter falado com todos os seus familiares e amigos mais próximos. Ou, talvez, poderia ter chamado os velhos amigos para se desculpar, para fazer as pazes pelos mal entendidos do passado. Gosto de pensar que, ela poderia ter ido degustar o seu prato preferido naquele restaurante chinês que tanto gostava.

São estas pequenas coisas da vida não cumpridas que me chateariam se soubesse que tenho as horas contadas.
Chatear-me-ia pensar que deixei de abraçar bons amigos que “um dia destes” reencontraria-os. Chatear-me-ia pensar que não escrevi as cartas que queria porque a intenção de escrevê-las era “um dias destes...”, Chatear-me-ia, e deixar-me-ia ainda mais triste, saber que deixei de dizer aos meus filhos e irmãos, com suficiente frequência, o quanto os amo.

Agora procuro não retardar, esquecer, ou conservar, algo mais que poderia acrescentar sorrisos de felicidade e alegria à minha vida. Cada dia que passa, digo para mim mesmo, que este é um dia muito especial. Cada dia, cada hora, cada minuto que passa... é especial.

[autor desconhecido]

[TR] O autor pode ser desconhecido, mas esta é uma situação será conhecida uma dia, já que estamos sujeitos, algumas vezes em nossa curta passagem por aqui, a nos deparar com a partida de pessoas que amamos, admiramos ou apenas respeitamos. Tento me doar mais e ter menos. Pois este é o sinônimo de felicidade pra mim. Quando estiver só admirando nuvens, cada uma que brincar comigo, trará lembranças valiosíssimas que não trocaria nem por todo dinheiro do mundo! Acumular somente experiências.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

TGC ZYRO


Meus trabalhos algumas vezes surgem de formas inusitadas. Mas depois de acompanhar uma marca e/ou empresa por mais de 10 anos como é o caso da Tron Informática, 19 anos como a Íntima Lingerie, 5 anos acompanhando a Polipeças, criar logomarcas para estas empresas ou produtos destas empresas é meio que esculpir um filho. Dar forma aos anseios das pessoas que trabalharam para criar o produto, é como dar um corpo para uma criatura que já tem alma.

Na semana passada, fui surpreendida por uma destas solicitações. Com uma pequena diferença, eu tinha que "parir" uma logo em poucas horas. Aqui, valeu a sintonia criada durante os 10 anos em que contruimos juntos, eu , Reilly e Paulo de Tarso a identidade visual, o posicionamento e fortalecimento marca da Tron. Agora eu tinha um fato novo: uma nova equipe para apresentar e fazer conquistar com esta nova idéia. Este foi o primeiro trabalho com o Gelson e a Carolina. Um novo desafio que a muito tempo não me deparava.

Pode parecer engraçado, mas para um Diretor de Arte, isso mesmo! Sou da velha guarda! Nada de Designer Gráfico, sou Diretora de Arte, formada ao longo 25 anos por excelentes professores e ainda Diretores de Arte de Agências de Publicidade. Ah... o saudoso Galo, Tio Laércio, Alberto e Wil - quanta saudade... ainda sou a caçula desta turma. rsss Pelo menos desta turma.

Deixemos a saudade de lado e voltemos ao desafio: Nova equipe de aprovação, pouco tempo, pouca informação... Nessa hora é apelar para o silêncio acompanhado do bom e velho lápis 6B e um papel em branco. Vamos ao "raf" ou "croqui" como preferirem. Papel branco e nada, apenas linhas soltas... É hora de apelar para a boa e nem tão velha Internet: conceitos. Algumas palavras, silêncio, traços... eis as primeiras idéias. Salvaram 6 idéias! É jogar para a tela e correr para apresentação.

Este é o momento que mais amo ou detesto. É simples isso! As pessoas falam com os olhos, com a musculatura da face. Fazendo esta leitura fica mais fácil saber se você agradou ou não. Pensem que já tive alguns clientes que eram estátuas.

No caso do TGC Zyro (zero | início de tudo + Y | geração Y), uma evolução/criação de logo para uma suite de aplicativos da Tron Informática, foi um destes trabalhos divertidos. Eu não tinha tempo e nem muitas alternativas. Eis que surgiu e numa divertida "eleição" venceu quase por unanimidade. Isso é muito gratificante, olhando para aquela forma... toda a campanha se desenhando diante dos meus olhos.


Definitivamente! Como já disse em outras oportunidades: não sei o que é trabalho. Pois todos os dias fico brincando com formas, imagens e palavras só pra não ter que trabalhar, e você acredita!

[Tânia Rezende] www.fabricarte.com.br